Hoje deixo para vocês
uma poesia de amor e conexão a si mesmo(a), que escrevi hoje pela manhã. São palavras
para inspirar os seus, os meus, os nossos movimentos de encontro com nossa
essência primitiva e essencial, e retorno generoso ao mundo que nos espera.
Fiquem bem!
Foto de Simone Reichel |
Rios Voadores
Simone Reichel (24.04.2018)
Certa vez, minha mãe me
disse
Que existiam rios
voadores.
Inundada pela ideia,
Corri para o parque do
final da rua,
E despenquei no gramado
que se abria só para mim.
Fui arrebatada por
aquela descoberta incrível.
Gotas de água, correndo
juntas, em um só curso?
De olhos atirados para
céu azul, pensava...
Não pode ser!
Assim, invisíveis, em fluxo,
sem parar, sobre nossas cabeças?
É um rio F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O!
Fiquei ali, vidrada, observando
todo aquele azul lá no alto.
Só tinha olhos para os meus
rios, tão distantes...
De repente, percebi que
o verde tocava minhas costas.
Trazia sua presença sólida
para minhas pernas.
O verde chegava em
minha pele, devagarzinho, bem de mansinho...
E, ali, confortável
naquele tapete largo,
Eu quis tocar a água
voadora.
Estiquei, estiquei, mas
a mão não alcançava de jeito nenhum.
Meu braço despencou na relva.
Eu queria muito tocar aquelas
águas mágicas.
Fechei os olhos.
Estava desencantada...
Quando, com olhos virados para dentro,
Senti o frescor com
cheiro de mato entrar no corpo,
e tudo tornou-se cor, som, vento,
e o sabor de água voadora encheu minha boca novamente.
E o céu foi me aconchegando,
aconchegando,
E chegou bem pertinho
de mim e me beijou.
Até que ouvi uma voz
delicada e firme.
Era minha mãe, a Natureza,
cochichando ao meu ouvido:
"Pode nadar em suas
águas voadoras, o rio quer e te espera.
Nade o quanto quiser, mate
sua sede, mas não se perca nas nuvens,
porque o mundo aguarda
seus movimentos!"
Foto de Simone Reichel |
Foto de Simone Reichel |
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